O Dadaísmo

Uma introdução ao movimento dada.

            Antes de realmente começar esse texto, gostaria de me apresentar. Meu nome é Francisco Picape e vou cuidar dos textos desse blog.
            Em 1916, na cidade de Zurique na Europa, ocorreu a abertura do Cabaret Voltaire, um clube fundado por Hugo Ball, poeta, escritor e filósofo alemão, e Emmy Hennings, escritora e performer alemã, com o intuito de produzir uma nova linguagem artística, algo que chocasse a burguesia da época e que fosse capaz de ajudar as pessoas a esquecerem dos horrores da Primeira Guerra Mundial. Com ele nasceu o dadaísmo, um movimento artístico para expressar as decepções em relação à incapacidade das ciências, religião e filosofia que se revelaram pouco eficazes em evitar a destruição da Europa e questionar os padrões de arte estabelecidos na época. O movimento surge com um caráter anti-racional, como reflexo das consequências emocionais deixadas pela Primeira Guerra: a indignação, instabilidade, revolta, agressividade.
Existem diversas explicações para se entender o nome empregado a este movimento “dadaísmo”, alguns pesquisadores dizem que a palavra “dada” foi encontrada por Hugo Ball e Tristan Tzara por acaso em um dicionário alemão-francês significando “cavalo de pau” o que sinaliza uma escolha aleatória, contrariando qualquer tipo de sentido racional. Outros apontam a palavra como sendo um nada, sem significado algum, como as primeiras palavras ditas por uma criança que ainda não fala “gugu, dada” marcando assim um nonsense ou a falta de sentido que pode ter a linguagem...
O movimento se expandiu e alcançou outros lugares como Paris, o centro mais importante na época, ponto de convergência de artistas provenientes de todas as partes do mundo.
Hannover, cidade natal de Kurt Schwitters, artista plástico, poeta, pintor e escultor alemão, muito próximo do movimento dadaísta. Berlim, sede do grupo dadaísta mais diretamente empenhado no campo político. E Nova Iorque, onde Man Ray, pintor, fotógrafo e anarquista, teve seus primeiros resultados.
Como características do dadaísmo tem-se a ruptura da linguagem artística tradicional (destruição dos sistemas e códigos estabelecidos no mundo da arte), a ironia, a reinvenção da relação entre objetos e palavras adequadas para sua definição, a casualidade, o inconsciente para a criação artística e o non-sense (a falta de sentido). Promovendo a mudança, a espontaneidade, a liberdade, contradição, defendendo o absurdo, a incoerência, o escândalo e o caos, rejeitando toda e qualquer convenção ou tipo de tradição.
Por tentar recriar um conceito de arte, incentivando um protesto de antiarte baseado na ruptura das antigas formas tradicionais afirmou-se muitas vezes que a origem do pensamento dadaísta tenha vindo do niilismo (descrença absoluta).
Para muitos artistas o dadaísmo foi uma etapa fundamental para outras experiências, como o surrealismo e o pop art, movimentos que contam entre os seus fundadores artistas anteriormente ligados ao dadaísmo.

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